Uso correto de EPIs: como escolher, usar e conservar

A tua proteção começa com escolhas certas

Quando falamos em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são muitas vezes a última barreira entre o trabalhador e um acidente. Mas será que estamos a usá-los corretamente? Sabemos escolher o EPI adequado? E como garantir que continua eficaz ao longo do tempo?

Neste artigo, vamos abordar, sem rodeios, como escolher, utilizar e conservar corretamente os EPIs no contexto português, com foco especial nos setores da indústria, logística e papel/celulose. Vais aprender o essencial para proteger melhor a tua equipa e garantir o cumprimento da legislação nacional.

Como escolher o EPI certo

Escolher o EPI adequado não é só uma questão de catálogo. É uma decisão técnica, estratégica e legal.

Passos essenciais para uma boa escolha:

• Identifica o risco: físico, químico, biológico, mecânico ou ergonómico.

• Avalia a exposição: duração, frequência e gravidade.

• Consulta a legislação: verifica os requisitos do Regulamento (UE) 2016/425 e a Lei n.º 102/2009.

• Garante a conformidade CE: todo o EPI deve ter marcação CE e ficha técnica em português.

• Adapta ao utilizador: tamanho, conforto e compatibilidade com outros equipamentos.

Exemplo prático: numa fábrica de papel, se há risco de projeção de partículas, o EPI ocular deve ser um óculo fechado com resistência ao impacto, e não apenas uns óculos básicos.

Uso correto dos EPIs: mais do que vestir

Muitos acidentes ocorrem mesmo com EPI… porque são mal usados. Eis o que deves garantir:

Boas práticas de utilização

• Formação contínua: a entrega do EPI não basta. O trabalhador tem de saber como, quando e porquê usar.

• Verificação antes de usar: sinais de desgaste, sujidade ou falhas devem ser reportados imediatamente.

• Uso integral e correto: capacetes desapertados, luvas erradas ou máscaras mal ajustadas = falsa segurança.

• Integração com o posto de trabalho: os EPIs devem permitir a execução segura das tarefas, sem comprometer a ergonomia ou visão.

Como conservar os EPIs e prolongar a vida útil

A conservação dos EPIs é responsabilidade partilhada entre a empresa e o trabalhador.

Cuidados fundamentais

• Limpeza regular: de acordo com as instruções do fabricante.

• Armazenamento correto: longe de humidade, calor e produtos químicos.

• Substituição periódica: respeita a validade dos componentes (filtros, elásticos, revestimentos…).

• Registo de controlo: mantém um registo de entregas, manutenções e substituições.

Na indústria de celulose, os protetores auditivos devem ser substituídos frequentemente devido ao elevado nível de poeiras e sujidade acumulada.

Conclusão: Segurança começa com compromisso

Usar corretamente os EPIs é um pilar da prevenção. Mas exige mais do que cumprir regras — exige compromisso com a vida. Escolher o EPI certo, garantir a sua boa utilização e manutenção são ações simples que fazem toda a diferença na prática.

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FAQ: Perguntas frequentes sobre EPIs

O empregador pode ser responsabilizado por EPI mal utilizado?

Sim. É responsabilidade da entidade patronal garantir a formação e supervisão do uso dos EPIs, conforme a Lei n.º 102/2009.

Quem escolhe o EPI numa empresa?

A escolha deve ser feita pela equipa de SST com base na avaliação de riscos. Envolver os trabalhadores também é boa prática.

Os trabalhadores podem recusar usar EPI?

Só em casos excecionais. O uso é obrigatório quando o risco não pode ser eliminado por medidas coletivas.

Qual é a validade de um EPI?

Depende do tipo de equipamento. Deve-se seguir a indicação do fabricante e garantir inspeções periódicas.

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É permitido reutilizar EPIs descartáveis?

Não. Como o nome indica, os EPIs descartáveis são de uso único e devem ser eliminados após utilização.